Para onde o falecido tinha ido antes de voltar ao local do acidente e então morrer?
— Por favor, permita-me.
— Tudo bem, policial. — Ela pegou o mouse e continuou a reproduzir o vídeo, agora na aceleração de duas vezes, que mostrou que mesmo depois de meia hora ainda não havia sinal do falecido. O carro de luxo só voltou a aparecer na tela cerca de vinte minutos antes do horário em que receberam a notificação do acidente.
— Olha lá, P’, apareceu de novo! — Apontou o menino, que estava animado com tudo.
— Às onze horas e dezesseis minutos, cerca de vinte minutos antes do acidente ser relatado e ele chegar ao local do acidente. A hora mais provável da morte foi entre às onze e vinte e onze e meia, antes da notificação. — O cérebro de elite da Tenente processou aquilo rapidamente como se realmente tivesse acontecido em sua cabeça.
— Onde ele foi quase uma hora antes do acidente? E por que teve que voltar?
Tul se lembrou da informação que tinha recebido do Tenente Jiu, que a vítima havia saído de Thonglor, mas não voltado para seu condomínio e sim dirigido tão longe que quase havia deixado Bangkok. O fato de dois frentistas daquele posto de gasolina o conhecerem implicava que deveria haver algum lugar naquela área que ele visitava com frequência.
A Tenente voltou a dar play no vídeo, ainda na aceleração de duas vezes. Por volta da hora em que o carro do Sr. Wasan explodiu, não houve outros incidentes incomuns na estrada em frente ao posto de gasolina. Dois funcionários do posto de gasolina do turno noturno se sentaram no pequeno balcão do posto, um dormindo e outro mexendo no celular, até às “onze horas, vinte e oito minutos e trinta e dois segundos” da noite, de acordo com as imagens do monitor, quando ambos levaram um susto e se levantaram, procurando por algo que poderia ter causado… uma explosão. Foi nesse momento que o Sr. Wasan morreu no local do acidente.
— Eu vi esses dois hoje de manhã, eles falaram alguma coisa sobre a explosão de um carro e de terem visto a polícia passando ontem à noite. — O frentista comentou.
O vídeo continuou a ser reproduzido. Ambos os funcionários voltaram para seus lugares quando não aconteceu mais nada. O posto não recebeu outros clientes depois disso, e nem mesmo um carro passou pela rua. A atmosfera voltou ao normal. Até Tul notar uma pessoa passando em frente ao posto de gasolina.
— Quem é essa pessoa? — Tul cutucou a figura misteriosa, que usava um chapéu para cobrir o rosto, com o mouse.
— Não sei… não costuma ter gente passando a pé por aqui.
A pessoa suspeita caminhou pela borda da câmera. Desde o início, Tul havia pensado que era improvável que o acidente fosse algo comum, e depois de assistir às filmagens do sistema de vigilância do posto de gasolina e ver o comportamento estranho do falecido na estrada, suas suspeitas cresceram ainda mais. Se ele estava fazendo seu caminho de volta quando passou pela segunda vez pelo posto de gasolina, por que entrou e estacionou em um beco isolado para fumar dentro do carro?
Ou talvez o falecido não tenha feito isso, mas outro alguém tenha feito parecer que sim…
Tul voltou a dar play no vídeo. Exceto por aquela pessoa suspeita, e um outro carro que passou na frente do posto de gasolina, não houve mais nada de incomum até a chegada da polícia e dos bombeiros.
O celular de Tul tocou novamente, mas dessa vez não era Jiu e sim um número que ela nunca tinha salvado.
— Alô…
Ela só tinha dito uma palavra quando ficou furiosa ao reconhecer a voz doce e um tanto rouca do outro lado da linha.
[Os resultados dos testes de toxina saíram. O Instituto Médico Legal não tem serviço de entrega, então tenho que incomodar a policial e pedir que venha buscar os resultados pessoalmente.]
Só existia uma pessoa no mundo com tal atitude desde o dia um. Não houve cumprimento, e foi direto ao ponto, sem nem mesmo esperar que a outra parte abrisse a boca. Uma pessoa com mau hábito como aquele, Tul esperava encontrar somente neste caso. Um caso já era o suficiente. Não queria voltar a trabalhar com ela, não importa a situação.
Instituto Médico Legal
Duas vans europeias pretas pararam no estacionamento em frente ao prédio do Instituto Médico Legal, chamando a atenção dos jornalistas que estavam sedentos por informação desde que haviam descoberto a morte do terceiro herdeiro do magnata que detinha mais da metade dos negócios de mídia de entretenimento do país. As vans foram cercadas por dezenas de jornalistas até que guardas altos e corpulentos, inclusive alguns policiais chamados para servir de escolta, chegassem às vans e impedissem que os jornalistas se aproximassem do Sr. Siraphop, pai do falecido.
Quando a porta do carro foi aberta, um flash de luz capturou a aparência digna de um homem idoso em um terno elegantemente cortado. Dezenas e dezenas de perguntas foram disparadas como balas de metralhadora, e vários microfones de agências de notícias, tentando ultrapassar os guardas e a polícia, foram apontados para ele.
— Khun Siraphop, como você se sente sobre a morte do seu filho?
— É verdade que antes da morte do Khun Wasan, ele foi em um Pub em Thonglor? Isso pode ser considerado como dirigir embriagado?
— Você acha que essa notícia afetará as ações da sua empresa?
As perguntas dos repórteres não foram respondidas. Seu rosto estava severo, e o velho não fez contato visual com ninguém enquanto percorria o caminho que tinha sido aberto para ele até a entrada do edifício do Serviço Nacional de Criminalística sem perder tempo com os repórteres que estavam prontos para espalhar as más notícias que afetariam seus negócios no futuro. A polícia impediu que qualquer pessoa que não fosse um oficial entrasse no prédio.
— Sr. Siraphop! Você chegou?
Um policial sênior conhecido como Inspetor Pichet, chefe do Departamento de Crimes da Central de Investigações, meio caminhou, meio correu direto para dar as boas-vindas ao empresário de alto escalão com ativos no valor de centenas de bilhões de baths. — Eu sou o Inspetor Pichet dessa sede. Em primeiro lugar, gostaria de expressar minhas condolências pelo que aconteceu.
O inspetor curvou a cabeça para cumprimentar o idoso à sua frente, ignorando as pessoas ao seu redor, e depois acenou para seus subordinados seguirem seu exemplo, inclusive o Tenente Jiu, que o acompanhava de perto. Ele nunca tinha visto parentes de vítimas falecidas serem tão bem recebidos pelos agentes.
— Você é o responsável pelo caso do meu filho?
— Uh… é minha subordinada que está encarregada desse caso. Estamos esperando pelo relatório de investigação, mas eu sabia que você tinha que vir aqui, então eu resolvi passar para te cumprimentar primeiro. — Um tom lisonjeiro estava escondido em cada uma de suas palavras. Embora ele não fosse responsável pelo caso, ao menos a oficial feminina do seu departamento tinha ficado responsável por pegar os resultados da autópsia da noite passada, o que tinha sido desculpa o suficiente para ele poder conhecer um dos rostos mais influentes do país. Jiu franziu os lábios e virou o rosto para o outro lado secretamente.
— Eu vim buscar o corpo dele para a cerimônia.
— Claro, a autópsia foi concluída na noite passada. Vou enviar meus subordinados para falar com o médico forense.
O policial acenou com a cabeça conscientemente antes de se virar e ordenar a um de seus subordinados que encontrasse o médico responsável pela autópsia com urgência. O Tenente Jiu agarrou o braço desse policial e disse a ele para deixar isso com ele. Enquanto isso, o Inspetor estendeu a mão em outra direção, convidando o magnata a se sentar e descansar até que o médico legista chegasse.
Dentro do laboratório do Departamento de Toxicologia Forense do Instituto Médico Legal, a Dra. Ran estava sentada enquanto lia os resultados do teste de toxicidade da vítima que ela havia feito na noite passada e examinava as fotos das evidências deixadas para trás dentro do carro. Havia muitas pontas de cigarro em um cinzeiro, um isqueiro e um frasco de perfume deformado.
— Como vai? Conseguiu terminar o relatório? — Mae voltou com duas canecas de café, uma para cada uma delas, pois tinham trabalhado a noite toda juntas. A Dra. Ran não respondeu imediatamente, mas virou a folha e leu a página seguinte.
— Morreu por inalar grandes quantidades de toxinas da fumaça. A concentração dos gases na corrente sanguínea era alta o suficiente para causar morte imediata. A traquéia e os pulmões estavam cheios de poeira e fuligem — Ran murmurou para si mesma. O que foi encontrado foi quase a mesma coisa de suas suposições. No entanto, algumas anormalidades impossibilitaram a conclusão do ocorrido como um acidente causado por negligência. Era mais como se situação tivesse sido criada para disfarçar um assassinato.
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