Degustação – Gotas de Chuva Com Cheiro de Sangue
Capítulo 2
A Tenente Tul começou a manhã indo para um posto de gasolina não muito longe do local do acidente. A estrada da via expressa, Bang Na-Trat, era apenas um caminho longo sem ponto de parada, ao redor dela havia apenas campo aberto e baldio onde crescia grama alta e um pouco de mato. Não havia casas próximas ao local, então o único ponto de investigação que sobrou para a jovem Tenente foi um posto de gasolina de uma via lateral.
Tul terminou de beber a dose extra de café Americano que havia comprado no caminho e o jogou no lixo, então caminhou até o frentista que estava jogando algum jogo no celular enquanto ninguém aparecia. A Tenente teve que fingir uma pequena tosse para chamar sua atenção.
— Nong, sou da polícia — levantou o distintivo pendurado em seu pescoço para mostrar a ele. — Eu tenho algumas perguntas para fazer sobre esse homem, você o conhece?
Tul mostrou ao frentista seu celular, que estava aberto em uma foto da carteira de identidade da vítima, e o entregou para que ele pudesse olhar melhor. O frentista encarou a foto por um tempo antes de exclamar: — Oh, essa pessoa! O que você quer saber?
— Ontem à noite, por volta das vinte e três horas, o carro desse homem explodiu em chamas. Ele não conseguiu escapar e morreu no local. Encontramos perfume em spray e cigarro, que suspeitamos terem sido as causas do acidente. — Ao contar sobre o acidente, Tul não pôde deixar de sentir pena da expressão do frentista. Poucas pessoas conseguiam lidar com uma notícia tão trágica, ainda mais da morte de uma pessoa.
Além de Jiu, seu irmão Tin era, provavelmente, a única pessoa com quem ela conseguia conversar sobre esses assuntos, até mesmo durante as refeições.
— Ele morreu? Merda… bem, eu abasteci o carro para ele uma vez. Eu me lembro porque era uma Lamborghini.
— Uma vez? Quando?
— Bem, um mês atrás. Lembro que minhas mãos ficaram tremendo, estava com medo de quebrar o carro dele — o frentista ficou em silêncio por um momento, enquanto lembrava do incidente envolvendo o homem, antes de continuar. — Meu amigo, que se demitiu, teve um problema com esse cara.
— Que problema?
— Esse cara estava fumando enquanto abastecia. Tipo, ele abriu a janela do carro e começou a fumar. Meu amigo avisou para ele parar de fumar, então esse cara deu um soco na cara dele.
Tul ficou surpresa, e não conseguiu acreditar no que tinha ouvido. — Sério?
— Sério, P’, não estou mentindo. O rosto do meu amigo até ficou sangrando, porque o cara estava usando um anel. Depois de bater nele, o cara jogou dois mil no meu amigo e foi embora. Quando penso nisso, foi bem terrível. — Até agora, Tul pensava que a vítima não era alguém por quem ela deveria sentir simpatia, mas no fim, ninguém merecia morrer daquela forma. E especialmente como policial, era seu trabalho investigar a verdade.
— Esse posto tem câmeras de vigilância?
— Tem sim, bem ali — o garoto apontou para uma loja de conveniências vinte e quatro horas em frente ao posto de gasolina. — Tem uma apontada para o caixa e outras espalhadas para todos os lados.
— Posso ver as câmeras de segurança?
A Tenente Tul seguiu a testemunha, o frentista, até uma pequena sala reservada para o gerente, onde tinha um computador antigo configurado para mostrar seis telas que mostravam o que as câmeras capturavam. A da frente da loja de conveniência estava apontada para a calçada e para a rua. Tul apontou rapidamente para o canto esquerdo da tela.
— Deixa eu ver essa câmera.
— Sim, Dona policial. — O frentista começou a mexer no monitor, ampliou a tela apontada e voltou para as imagens filmadas na noite passada. Uma hora antes do acidente, quase nenhum carro passava pelo posto de gasolina. Como essa estrada era apenas uma via de passagem da via expressa, era raro que algum carro estivesse passando por ela tão tarde, ainda mais perto da meia-noite.
Vrrr…
Uma mão branca tirou o celular que vibrava de seu bolso, passou o dedo pelo botão de atender e levou o aparelho à orelha.
— Como vão as coisas?
[P’, temos mais informações sobre o Sr. Wasan.]
— Pode falar. — Tul dividiu sua atenção em duas, com seus ouvidos prestando atenção em Jiu e seus olhos na tela do monitor.
[Ontem, antes do acidente, o Sr. Wasan deu uma festa de aniversário no Pub Demon em Thonglor, com seus amigos, às vinte horas. Estamos entrando em contato com o local para saber quem eram esses amigos, mas pela hora de entrada, ele passou um bom tempo por lá antes de sair…]
— De Thonglor até a Bang Na-Trat demora cerca de meia hora, ainda mais tarde da noite, quando não tem trânsito para atrapalhar.
[Sim, por volta desse tempo mesmo, mas a primeira chamada de notificação foi quarenta e cinco minutos depois dele sair do local. Agora estou pensando, por que ele foi para lá?]
— Onde ele mora?
[O condomínio dele fica na área de Ratchada, do lado oposto em que aconteceu o acidente.]
— Aqui, P’, é esse carro. — A voz do menino de antes chamou a atenção de Tul. A imagem do monitor tinha sido pausada quando um carro esportivo de luxo passou pelo posto de gasolina.
— Jiu, espera um minuto. Estou em um posto de gasolina próximo ao local do acidente. Que progresso foi feito?
[Que horas você vem? Talvez a gente tenha que ir para o Instituto Médico Legal. Os repórteres já descobriram…] Mais uma vez, o Tenente Jiu ainda não tinha acabado de falar quando a ligação foi cortada. Tul olhou para o carro na tela. A anormalidade fez com que suas sobrancelhas e lábios franzissem incompreensivelmente. O horário no canto da dela mostrava que eram dez e vinte e quatro da noite. Cerca de uma hora antes de receberem a notificação do acidente.
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