Mas o que posso dizer? Ele está muito apaixonado.
— Um homem apaixonado é tão desagradável — reclamo, mas não consigo não sorrir para ele.
— Ei, isso é estar “in love” em inglês.
O cara expressou a frase em inglês com um sotaque tão preciso que eu quis me levantar e dar um chute na moto dele. Me pergunto se ele iria berrar em inglês com o mesmo sotaque perfeito quando estivesse sofrendo.
— Olha só para você, cara! Fiou melhor desde que começou a namorar uma professora de Inglês.
— Aff, isso se chama “development”, Mork. Bem, cuide dos meus clientes, certo? Vou avisar o chefe sobre isso. — Ele ligou o motor, colocou o capacete, prendeu as alças embaixo do queixo e checou duas vezes o ângulo de seus retrovisores. — Quando terminar o conserto eu vou direto buscar a Miss Ai. Te vejo amanhã.
— Tá certo, se cuida, mano. Obrigado.
Faço um wai bem rápido para me despedir. Ele me cumprimenta de volta e acelera para sair da estação. Então hoje vou pilotar para duas demandas de clientes, a minha e a dele. É dia de semana, então terá muito trabalho, mas vai dar dinheiro. Certo, digo para mim mesmo, só faça o seu melhor, Mork!
— Mork, você foi chamado! — o chefe da estação grita.
— Tá bom, chefe!
Corro de volta para a minha moto e coloco meu capacete enquanto entrego outro ao passageiro.
— Para onde, senhorita?
— Uh… eu preciso colocar isso?
Ela não me diz seu destino, só continua olhando o capacete na minha mão com certo desprezo e deboche. Tento não ligar para isso, pois já estou acostumado.
— Sim, por favor. É para sua segurança. Além do mais, os guardas de trânsito estão bem rigorosos com isso ultimamente.
— É só nessa ruazinha, não vamos encontrar nenhum policial. Vai ficar tudo bem! — ela soa inflexível, então pego a deixa e calo minha boca. É melhor eu só fazer meu trabalho.
— Uh… ok, então. Se você está dizendo…
Devolvo o capacete de volta para o seu lugar. É a sua própria segurança, então faça como quiser, senhorita.
— Ah, para onde? — pergunto novamente.
— Condomínio Baan Klang Soi, por favor.
— Vai ficar trinta bahts. Por favor, pode se sentar.
E então apenas foquei no meu trabalho.
Não é o que eu amo.
Mas me faz ganhar a vida.
🛵
Como eu começo a te contar sobre mim?
Meu nome é Mork. Eu sou um mototaxista.
Às vezes me faço a mesma pergunta que Fueang fez: por que estou trabalhando como mototaxista? Terminei meus estudos, não os larguei. Estudei eletrônica em uma escola técnica perto da minha casa e recebi um Certificado Vocacional com boas notas, até. Então, deixa eu te dizer, não sou um delinquente.
Tá! isso não é totalmente verdade…
Verdade seja dita, meus pais queriam que eu tivesse uma educação melhor e que eu fosse atrás de um diploma, mas eu era muito cabeça dura. De volta ao passado, minha namorada terminou a décima segunda série e queria continuar sua graduação na Universidade de Ramkhamhaeng. Ela me deu um ultimato, terminar o relacionamento ou irmos juntos para Bangkok. Eu nem preciso te dizer o que eu escolhi, né?
É por isso que não é completamente verdade quando digo que não sou um delinquente.
Felizmente eu tenho um Loong, irmão mais velho da minha mãe, que abriu uma oficina de motos na região de Saphan Kwai, então pude ficar com ele. Quando cheguei a Bangkok, pensei que fosse achar um emprego e compartilhar as despesas com a minha namorada. O problema é que minha formação dificilmente me arrumaria um emprego na capital. E se tivesse um trabalho seria tão mal pago que você teria a necessidade de me perguntar se era um salário ou um troco.
No fim, meu tio me emprestou sua moto e usou seu contato com Fueang, que era seu conhecido, para me conseguir um emprego nessa estação de mototáxi. Foi como comecei minha vida de mototaxista na rua Phahon Yothin. Não torça seu nariz ainda. Deixe-me falar, se trabalharmos diligentemente, quase nunca tirando um dia de folga, e com a ajuda de uma alta taxa de rotatividade de passageiros, podemos ganhar mais dinheiro que um homem assalariado.
Eu pilotava como mototáxi enquanto economizava dinheiro. Uma parte da grana ia para ajudar minha namorada com a sua mensalidade da faculdade. Ela também trabalhava e recebia ajuda financeira de sua família, mas a vida em Bangkok não é tão fácil e ela mal ganhava um salário. Então, mesmo que ela não pedisse dinheiro, eu sempre estava a ajudando. Ela era minha namorada, no fim das contas, então era minha responsabilidade ajudá-la.
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